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QUEM É ESTA GENTE NOS PAINÉIS DE SÃO VICENTE, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Um espetáculo criado por Vasco Letria.

Amores de adolescência evocados com serena nostalgia, jovens vistas apenas pelo canto do olho, críticas sobre discos de jazz desconhecidos, um poeta amante de basebol, um macaco que trabalha como massagista nas termas e que fala como gente grande, um velhote que disserta com ar de entendido sobre um círculo com vários centros.
As personagens e as cenas deste aguardado livro de contos contribuem para levar o leitor a repensar os limites entre a imaginação e o mundo real. E devolvem-nos, intactos, os amores perdidos, as relações desfeitas e a solidão, a adolescência, os reencontros e, sobretudo, a evocação do amor, porque ainda que a «paixão se desvaneça, que não seja correspondida, podemos sempre agarrar-nos às recordações de ter amado alguém, de nos termos apaixonado e sido correspondidos», garante o narrador. Um narrador na primeira pessoa que, por vezes, poderia muito bem ser o próprio Murakami.
Estamos diante de um livro de memórias, de relatos com pinceladas autobiográficas ou de um livro exclusivamente de ficção? Como sempre, o trabalho de Murakami raras vezes encaixa numa categoria única e singular. Terá de ser o leitor a decidir.

No início dos anos 50, o pequeno Manuel António, então com 7 anos, escrevia os primeiros versos. Também costumava sentar-se à mesa com um livro aberto em frente ao prato da sopa e era repreendido por isso. Assim começou uma relação com as palavras, essas crianças grandes, que, com o tempo, se transformou em intimidade e coincidência. Na verdade, essa relação foi uma história de amor, a história de uma vida de palavras, como se fosse um livro, literatura.
Da autoria de Álvaro Magalhães, talentoso escritor que muito bem conheceu Manuel António Pina, Para Quê Tudo Isto? é a biografia do criador, que, ao longo de trinta anos, ergueu uma das maiores e mais originais obras literárias do seu tempo. Mas também nos dá a ler a sua personalidade singular e cativante, o que inclui a arte de faltar a obrigações, ou, pelo menos, chegar atrasado, a disponibilidade para a brincadeira e o riso, o humor desconcertante, a genuína bondade, o talento supremo para a conversa, o lado irascível e furioso ou o insaciável desejo de infância, que correspondia a uma necessidade de recuperação do estado puro do mundo. Sem esquecer as suas facetas mais ignoradas, como as de professor, advogado, guionista, publicitário, ator de teatro, praticante de artes marciais, revolucionário, adepto de futebol ou jogador de póquer.
E, pairando sobre tudo isso, a pergunta que sempre o acompanhava, «uma pergunta numa cabeça,\como uma coroa de espinhos»: «Para quê tudo isto?»
«Ser criança é próprio do homem e escrever para crianças é, no fundo, escrever para aquilo que há de mais humano no próprio homem.»
«Para ele, as palavras eram bem mais do que signos, eram “seres deste mundo, insubstanciais seres, incapazes também eles de compreender, falando desamparadamente diante do mundo”. (…) E as palavras, todas as palavras, adoravam-no – e voavam, deslumbradas, para ele.»
«O Torga nunca me interessou. A sensação que tinha quando lia aquilo era: “Isto é tão fácil.” É uma máquina de fazer poemas. É só carregar num botão. São soluções muito fáceis. O herdeiro daquele tipo de poesia é o Manuel Alegre. Não é poesia mal acabada. Não se pode desprezar. Mas tem soluções muito fáceis. É tudo muito óbvio, até em termos formais.»
«Como o plano da proximidade afetiva falhara, José Sócrates recorreu ao método clássico da compra. E ofereceu a Pina um cargo público de prestígio e bem remunerado: um lugar na administração da Casa da Música. Ele recusou amavelmente, sem hesitação e sem mágoa. Foi uma das decisões mais rápidas e fáceis que tomou na vida. E foi para casa tomar apontamentos para um poema, buscar assunto para a crónica desse dia.»
«Há qualquer coisa inteira, intacta, pura, que os animais (e as crianças, claro) nos transmitem. Cada gato é uma oportunidade de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à nossa disposição.»
Manuel António Pina

Martin Quenehen e Bastien Vivès são os responsáveis pela continuação das aventuras do marinheiro criado por Hugo Pratt. Esta não é a primeira vez que Corto Maltese regressa depois da morte de Hugo Pratt. Antes tivemos três aventuras idealizadas pelos espanhóis Rubén Pellejero e Juan Diaz Canales. Esta nova dupla remete as aventuras de Corto Maltese para o início do nosso século, concretamente no ano 2001. Corto Maltese tem por missão de conduzir alguns pistoleiros a um barco de recreio que se encontra noalto mar. O que parecia um roubo vulgar complica-se e transforma-se numa aventura extraordinária, que levará Corto a percorrer vários continentes em busca de um tesouro que só pode existir na sua imaginação.

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