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Voz Online
Boaventura de Sousa Santos é um dos mais prestigiados cientistas sociais da atualidade, uma das principais vozes na reinvenção da emancipação social e nome de referência mundial nos estudos da sociologia do direito. No entanto, nem todos conhecem tão bem sua produção poética. 139 epigramas para sentimentalizar pedras é seu décimo e o mais novo livro de poesia, publicado pela editora Poética Edições, para completar quase cinquenta anos de encantamento com as palavras. Nele, Boaventura grita contra a submissão do homem às grandes estruturas sociais e economicas, dando às pedras, as únicas que pensam longamente, conselhos para que não sejam usadas para ferir, mas que sejam libertas, que se sentimentalizem. Ou, ao menos, que não pensem em suicídio, como às vezes fazem os poetas.
estou a verter
uma humidade estranha solta-se dos meus passos
deixa um rastro embaraçante
fui construído para uma lógica estanque
de repente incontinente
deixou de haver lugar para ovos simples e pepinos úteis
sinto-me afectado pelas impurezas da alegria
refugio-me em bordéis desabitados
é preciso começar tudo de novo
ninguém me sabe denunciar tão bem quanto eu
Tecendo o fio que liga o texto à vida, Ana Luísa Amaral convoca-nos para uma paisagem de sons ao compasso dos cheiros, cores que constituem este Mundo: a abelha e a flor em descanso, a mesa e a faca pousada, ou as gentes e as suas interrogações.
CONCERTO CENTENÁRIO JOSÉ SARAMAGO | ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA | SÃO LUIZ - LUIS MIGUEL CINTRA | 16 de novembro
DIREÇÃO Pedro Neves INTERPRETAÇÃO Orquestra Metropolitana de Lisboa
Passagem Secreta é um espetáculo multidisciplinar para todas as idades criado a partir da pesquisa acerca do sistema de comunicação das árvores através das raízes e dos conceitos de pertença e comunidade. Põe em diálogo a criação de música e instrumentos musicais a partir de árvores, pedras e outros materiais naturais, com a poesia de Vasco Gato e as imagens de Mário Melo Costa, num objeto cénico que explora a ideia da natureza e da arte enquanto cura e do fantástico enquanto ferramenta de transformação.