Avatar

On Air

Roda Livre Roda Livre / 00:00 - 16:00
Voz Online

Voz Online

A 7ª edição do maior festival de cultura POP do país está de volta, de 9 a 12 de dezembro, no Parque das Nações em Lisboa, sob o mote “A New Hope”.

Anaximandro, nascido há vinte e seis séculos na cidade grega de Mileto, na Anatólia, foi discípulo de Tales. Embora menos conhecido do que o seu ilustre antecessor, esteve na origem da imensa convulsão conceptual que marcou o nascimento da ciência. A partir da observação do movimento das estrelas, chegou à conclusão de que, ao contrário do que todas as civilizações tinham acreditado até então, a Terra não assentava em nenhum suporte sólido. Para Anaximandro, e para a humanidade vindoura, a Terra «flutua» no céu. A sua resolução de procurar as causas dos fenómenos naturais na própria natureza, em vez de atribuí-los aos caprichos dos deuses, não tem precedentes na História. Mais importante ainda, iniciou o processo de rebelião erudita que constitui a abordagem da ciência: construir sobre o conhecimento adquirido, mas questionar toda a verdade.
Carlo Rovelli, um dos físicos mais importantes do nosso tempo, propõe neste livro uma reflexão sobre o pensamento científico e uma leitura original da natureza desse pensamento, ao mesmo tempo que, com a mestria e erudição que todos lhe reconhecem, revela sob um novo prisma a história de uma das personagens mais fascinantes da civilização grega.

«[...] Carlo Rovelli faz o elogio da incerteza construtiva: "A ciência é a aventura humana que consiste em explorar os modos de pensamento do mundo dispostos a subverter algumas das certezas que tínhamos até aqui."»

  • Libération

CARLO ROVELLI
Carlo Rovelli é um físico teórico italiano radicado em França. Professor na Universidade de Aix-Marselha, especializou-se em gravidade quântica. Os seus livros de divulgação científica estão traduzidos em mais de 40 países e a sua paixão pela história e pela filosofia da ciência fazem dele um dos vulgarizadores mais competentes e mais lidos em todo o mundo. Em 2019 foi eleito um dos 100 pensadores mais influentes do mundo pela revista Foreign Policy.

«Todo o futuro é fabuloso», escreve Alejo Carpentier. Será? E será uma fábula feliz ou uma efabulação quimérica? A resposta está no presente, aquele que hoje vivemos, que é o de uma sociedade de medo.
Foi isto que desaprendemos com a pandemia: o medo dos outros ou de nós próprios fechou-nos numa vida em zapping, mergulhou-nos em identidades ilusórias no Facebook, avassalou-nos com imagens dominadas pelo tribalismo, seja de religiões fanatizadoras, seja de supremacismo agressivo.
O nosso mundo está a mudar e ressurgem fantasmas do passado, a necropolítica, que usa a destruição como normalização, e a bufonaria, que eleva títeres ao poder fazendo com que, como adivinhava Foucault, «o grotesco seja um dos procedimentos essenciais da soberania arbitrária».
O Futuro Já Não É o Que Nunca Foi discute esta modernidade destroçada. Mostra como o predomínio da intoxicação nas redes sociais constitui uma tecnologia da razão sonâmbula, com um regime de avalancha que esgota a informação e que se constitui como arma do capitalismo tardio, com a plataformização do trabalho e a vigilância dos dados da nossa vida.
Tornámo-nos cobaias do maior espaço social que existe, sem regras que não sejam as da privatização por um mercado totalitário, e é nele que nasce a agressividade da extrema-direita trumpista, ou da multidão dos seus seguidores.
A resposta, urgente, é a luta pela democracia como força emancipatória e como responsabilidade social. Este livro propõe-lhe que nem espere nem desespere: é no presente que definimos a nossa vida.

O futebol é um jogo, uma paixão, uma forma de agregação social, um negócio; e, portanto, também uma ferramenta eficaz para o controlo sobre as massas. Graças à sua capacidade incomparável de criar mitos, ao seu épico intrínseco, este desporto tem sido explorado desde o seu início como uma arma de propaganda ideológica e, mais recentemente, comercial. Os primeiros a perceber seu imenso poder foram talvez os regimes totalitários do século XX, que, na sua ânsia de permear todas as camadas da sociedade, usaram essa disciplina popular como um rudimentar, mas poderoso, instrumento de marketing político. Estas páginas reúnem os episódios mais significativos desta perturbadora simbiose entre o futebol e as ditaduras fascistas; anedotas, feitos - às vezes trágicos e outros bizarros - em que o futebol tem sido usado como venda para cobrir os olhos das pessoas ou como um veículo de doutrinação dentro da estrutura de projetos de propaganda delirantes, concebidos por megalómanos despóticos de todo o mundo.


CRISTÓBAL VILLALOBOS SALAS
É um professor de História, escritor e colunista espanhol. Escreve Atualmente para o jornal Sur e colabora com meios de comunicação como El Norte de Castilla, Zenda, ABC, Panenka, El Español, The Objective ou Jot Down. Foi distinguido no âmbito do Prémio Augusto Jerez Perchet de Jornalismo.

Pág. 16 de 92

VOZ ONLINE é o nome da rádio licenciada pela Associação Voz Online Rádio - ARDVOZ.

  •  

Registo na ERC nº 700077
  •  
    spotify6