É um espectáculo de teatro e um concerto de rock, que desequilibra o emblemático texto de Jean Cocteau. Uma actriz, um microfone, um tripé e uma guitarra.
Um monólogo em que uma mulher fala ao telefone com o seu amante, que nunca ouvimos. No dia seguinte, ele irá casar-se com outra mulher. A chamada cai algumas vezes e a conversa é interrompida nos momentos de maior vertigem. No que é uma aparente banalidade doméstica, testemunhamos um verdadeiro “mise en abîme” desta mulher abandonada pelo seu companheiro.
A voz canta simultaneamente o inconformismo e a resignação, a revolta, o desespero e a fragilidade, num grito abafado de uma pessoa que luta para não se afogar.
O espectáculo regressará em 2022, na Escola de Mulheres de 6 a 16 de Janeiro.