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Ruy Cinatti emTimor Ruy Cinatti emTimor ESPÓLIO RUY CINATTI – BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA JOÃO PAULO II/UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA
in Cultura

A 8 de março de 1915, nasceu o poeta Ruy Cinatti

By Publicado março 07, 2021

Ruy Cinatti Vaz Monteiro Gomes foi um poeta, antropólogo e agrónomo português.

Ruy Cinatti nasceu em Londres, a 8 de Março de 1915. Em criança veio para Lisboa e formou-se em Agronomia. Foi metereologista, secretário do Governador de Timor, chefe dos serviços agronómicos no mesmo território e investigador da Junta de Investigação do Ultramar. Doutorou-se em 1961 na Universidade de Oxford, em Antropologia Social e Etnografia.
Os resultados das suas pesquisas nestes domínios acham-se compendiados em diversas obras de carácter científico, das quais importa salientar as relativas a aspectos da história, da vida e da cultura timorenses, nomeadamente: Explorações Botânicas em Timor (1950); Vocabulário de Algumas Plantas Timorenses; Pinturas Rupestres de Timor.
Poeta, é autor de uma obra relativamente extensa, onde perpassam ecos da sua errância pelo «mundo que o português criou», como é o caso, entre outros, de Crónica Cabo-Verdeana (publicado sob o pseudónimo de Júlio Celso Delgado), Uma Sequência Timorense, Os Poemas do Itinerário Angolano e Lembranças para S. Tomé e Príncipe, 1972.
Foi, nos anos 40, com Tomaz Kim e José Blanc de Portugal, um dos fundadores dos Cadernos de Poesia (1940-1953), que co-dirigiu nas suas três séries, sendo também o fundador da revista Aventura (1942-1944).
Em 2016 a Assírio & Alvim publicou a poesia de Ruy Cinatti reunida no Obra Poética – Volume I, que inclui toda a poesia publicada em vida do autor.
Acerca dessa publicação pode-se ler no site da editora:
Acerca da obra de Ruy Cinatti, e sobre as reacções que ela provoca em quem a lê, fala-nos Joana Matos Frias, no prefácio a este livro: «Um murro no gosto [do] público. É com certeza aqui que se encontra a razão da resistência e do fascínio, da fuga e da força, da distância e da intimidade que esta obra parece provocar. Porque é difícil encontrar na poesia portuguesa um poeta como Ruy Cinatti, ao mesmo tempo tão introspectivo e tão inteiramente atento ao exterior: uma consciência infeliz transformada em consciência poética vigilante, um poeta "singularmente repartido entre o céu e a terra", na síntese precisa de Luís Amaro, que soube criar uma obra de dimensão ética e estética, activa e contemplativa, social e pura, realista, neo-realista e surrealista, sem qualquer prejuízo da sua coerência interna. Pelo que à entrada e à saída deste livro, o leitor deverá simplesmente alegrar-se com ele e dizer:
«"Sou feliz!
Hoje vibra a poesia até ao fim."»
A presente edição, organizada e revista por Luis Manuel Gaspar com a colaboração de Joana Matos Frias e Peter Stilwell, reúne toda a poesia publicada em vida do autor. Será posteriormente publicado um segundo volume, onde se reunirá toda a sua poesia póstuma ou inédita.
Faleceu em Lisboa, a 12 de outubro de 1986.

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